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A Complexidade de Barras de Progresso e Estimativas de Tempo de Carregamento

Em 2023, esperaria-se que as barras de progresso e estimativas de tempo de carregamento fossem precisas e sem falhas. No entanto, muitas vezes elas deixam a desejar, assim como acontecia anos atrás. Este artigo explora os desafios de criar barras de progresso precisas e que sejam suaves.

Barras de progresso

As barras de progresso são uma parte essencial das interfaces de usuário, fornecendo uma representação visual de tarefas em andamento. Elas buscam oferecer uma sensação de transparência e tranquilidade aos usuários, permitindo que avaliem o progresso de uma tarefa. No entanto, as complexidades das tarefas computacionais apresentam desafios significativos na criação de indicadores de progresso precisos e confiáveis.

A Analogia do Mundo Real

No mundo real, barras de progresso estão por toda parte. Desde luzes com contagem regressiva em faixas de pedestres até indicadores de andares em elevadores, até mesmo uma fila de pessoas esperando pode ser vista como uma forma de barra de progresso.

Fila de pessoas

Esses exemplos do mundo real fornecem uma indicação clara de quanto falta e quão rápido as coisas estão acontecendo, o que pode melhorar significativamente nossa tolerância à espera.

As analogias se estendem além de simples indicadores de progresso. Elas oferecem uma representação tangível de tempo e esforço, permitindo que indivíduos planejem suas ações de acordo. Essa manifestação física do progresso está muitas vezes ausente no mundo digital, deixando os usuários em um estado de incerteza sobre o status de suas tarefas.

A ausência de tais indicadores claros no mundo digital é um testemunho da complexidade inerente ao design de barras de progresso eficazes para tarefas computacionais. Ao contrário do mundo físico, onde ações e movimentos são prontamente observáveis, os mecanismos internos de um computador estão ocultos da visão do usuário. Essa opacidade apresenta um desafio único na criação de barras de progresso que refletem com precisão o status de uma tarefa.

O Enigma dos Computadores

Em contraste, os computadores muitas vezes são vistos como caixas misteriosas. Sem uma barra de progresso, é impossível discernir se uma tarefa acabou de começar, está prestes a terminar ou está presa em um loop infinito. É aqui que entram a Barra de Progresso e sua versão mais sofisticada, a Estimativa de Tempo de Carregamento.

A natureza enigmática dos computadores amplifica a importância das barras de progresso. Os usuários contam com esses indicadores visuais para obter insights sobre o status de suas tarefas. Uma barra de progresso bem projetada pode trazer confiança e paciência nos usuários, assegurando-lhes que suas ações estão de fato progredindo.

O Propósito das Barras de Progresso

As barras de progresso desempenham um papel vital na experiência do usuário. Elas fornecem uma representação visual de tarefas em andamento, oferecendo uma sensação de tranquilidade e transparência. Os usuários inerentemente buscam feedback sobre suas ações, e as barras de progresso atendem a essa necessidade ao oferecer uma medida tangível de avanço.

O Desafio da Previsibilidade

Um dos principais obstáculos na criação de barras de progresso eficazes reside na natureza imprevisível das tarefas computacionais. A multiplicidade de variáveis envolvidas torna desafiador fornecer estimativas precisas. Essa imprevisibilidade surge da diversidade de configurações de hardware, ambientes de software e fatores externos que podem influenciar a execução da tarefa.

A Evolução das Barras de Progresso

A história das barras de progresso está intimamente ligada à evolução das interfaces gráficas de usuário (GUIs). Nos primórdios da computação, quando os sistemas operavam principalmente em modo texto, havia pouco espaço para elementos visuais como barras de progresso. No entanto, com o advento das GUIs na década de 1970, começou-se a explorar maneiras mais intuitivas de comunicar o progresso das operações ao usuário.

As primeiras barras de progresso eram rudimentares, frequentemente representadas por uma série de caracteres em linha que se enchiam sequencialmente para indicar o progresso. Essa simplicidade era refletiva das limitações da tecnologia da época, tanto em termos de capacidade de processamento quanto de design gráfico.

Barra de progresso em terminal

Era das interfaces gráficas(GUIs)

Com o lançamento do Apple Lisa em 1983 e do Macintosh em 1984, as barras de progresso começaram a adquirir uma forma mais familiar. Estes sistemas introduziram interfaces gráficas mais refinadas, onde as barras de progresso passaram a ser representadas por retângulos preenchidos que se estendiam horizontalmente na tela. Esse design se tornou um padrão e é amplamente utilizado até hoje em várias formas.

Apple Lisa

Nos anos seguintes, as barras de progresso evoluíram em paralelo com os avanços na tecnologia de interfaces de usuário. Os designers começaram a experimentar com diferentes estilos visuais, como barras de progresso animadas, barras com efeitos de gradiente e até indicadores de progresso em 3D.

Barra de progresso em 3D Retrô

A Era da internet

A chegada da Internet e o desenvolvimento de aplicativos web no final dos anos 90 e início dos 2000 trouxeram novos desafios e oportunidades para as barras de progresso. A necessidade de indicar o carregamento de páginas da web ou o download de arquivos levou ao desenvolvimento de novos estilos de indicadores, como spinners e barras de progresso embutidas em botões ou barras de status.

Além disso, com a crescente ênfase na experiência do usuário, as barras de progresso começaram a incorporar elementos interativos, oferecendo aos usuários a opção de pausar, cancelar ou visualizar mais detalhes sobre o progresso da tarefa.

Carregamento infinito

A Complexidade das Barras de Progresso

Navegar pelas complexidades do design de barras de progresso requer um equilíbrio delicado entre precisão e experiência do usuário. Embora a precisão perfeita possa ser elusiva, os designers se esforçam para criar indicadores que ofereçam feedback significativo sem sobrecarregar o usuário com detalhes técnicos excessivos.

Criar uma barra de progresso para uma tarefa simples, como exibir um vídeo, é relativamente direto. Envolve indicar a parte da tarefa concluída em relação à duração total. No entanto, tarefas como instalar um programa envolvem uma multiplicidade de etapas imprevisíveis, como download, descompressão, salvamento e ajustes de configurações do sistema. Cada uma dessas etapas pode variar em duração dependendo de inúmeros fatores, tornando desafiador criar uma barra de progresso suave.

Variáveis Imprevisíveis

Fatores como velocidade de internet, desempenho do processador, velocidade do disco e estados de arquivo todos contribuem para a imprevisibilidade das barras de progresso. Até tarefas aparentemente simples, como copiar arquivos, podem experimentar flutuações na velocidade devido à natureza dos dados sendo transferidos. Essas variáveis introduzem um nível de incerteza com o qual os designers devem lidar ao criar indicadores de progresso.

A Elusiva "Exibição de Tempo Restante"

Mesmo adicionar um "tempo restante esperado" com base em tarefas concluídas e trabalho restante pode ser problemático. A velocidade da tarefa pode mudar a qualquer momento devido a ações do usuário ou processos do sistema em execução em segundo plano. Essa natureza dinâmica complica ainda mais a tarefa de fornecer estimativas precisas de tempo.

A Solução da Média Móvel

Uma abordagem para mitigar as imprecisões das barras de progresso é usar uma "média móvel". Isso envolve analisar o progresso feito nos últimos segundos e extrapolar a partir desses dados. Embora esse método ainda possa ser impreciso, oferece um tipo diferente de estimativa. Ao se concentrar no progresso recente, visa fornecer um indicador mais relevante e responsivo da conclusão da tarefa.

Abraçando a Imperfeição

Em última análise, alcançar uma barra de progresso perfeitamente precisa pode nem sempre valer o esforço. Talvez uma barra de progresso ligeiramente imperfeita reflita melhor a realidade da tarefa em questão. Afinal, o objetivo principal de uma barra de progresso é tranquilizar o usuário de que o progresso está sendo feito, em vez de fornecer uma estimativa exata do tempo restante. Essa aceitação da imperfeição pode levar a uma experiência mais amigável ao usuário, pois está alinhada com a variabilidade inerente das tarefas computacionais.

Conclusão

Em conclusão, as barras de progresso e estimativas de tempo de carregamento permanecem um desafio no mundo da computação. Embora existam técnicas para melhorar sua precisão, abraçar um grau de imperfeição pode ser mais realista e, em última análise, mais tranquilizador para os usuários. As barras de progresso, mesmo que imperfeitas, servem como um indicador visual de que as coisas estão avançando, incentivando paciência e confiança no processo.

Nota: Este artigo é baseado no vídeo "Why Progress Bars Don't Move Smoothly ▓▓▓░░░░░░" do canal do Youtube Tom Scott.

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